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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Salinger

Faleceu ontem o escritor J.D. Salinger , uma das maiores lendas literárias atuais, influência maxima em muitos filmes e musicas. Porém o mesmo sempre teve aversão a essas outras mídias e não aprovava adaptações a seu trabalho, ficando mesmo na citação. Os herdeiros por outro lado...só o tempo dirá.

Da mesma forma Salinger foi se distanciando cada vez mais do mundo. Não lança mais nada à décadas (quem sabe agora descobrimos algo novo) e vivia recluso. Se foi aos 91 anos de idade.

Salinger odiava a fama. Recusava entrevistas e não queria ao menos receber carta de fãs. Entrou na justiça alguas vezes contra biografias e pela ultima vez , contra uma "continuação" de seu "O Apanhador no Campo de Centeios", ano passado, com o personagem HoldenCaulfield aos 70 anos. Holden , que antes do Apanhador já tinha aparecido em um de seus contos.

Sua filha
Margaret Salinger , chegou a escrever um livro nesta década , "O Apanhador de Sonhos" onde descrevia sua relação com o pai como não muito , digamos, promissora, acusando-o de ser um homem desagradável e arrogante, entre outras acusações. A escritora Joyce Maynard, amante do escritor lançou também "Abandonada no Campo de Centeio" onde descreve sobre sua relação. Como pode se ver não bastavam pessoas querendo aparecer as custas do escritor. De qualquer forma são suas obras que ficarão. A vida pessoal só deve interessar a seus familiares. Deveria.

Outro personagem seu, Seynour Stein foi também letra de uma musica da banda escocêsa Belle and Sebastian. Salinger também está relacionado a musica por outro episódio , este polêmico. O assassino de John Lennon diz ter lido o livro que fez revelações profundas que o inspiraram a matar o ídolo.

Ainda vamos ver as repercussões de sua morte. Por enquanto um site conhecido de vendas pela internet já fez até um link para obras do escritor, em destaque na página principal. Mesmo não querendo, ele era Pop. E como dizia a Kleiderman em uma de suas musicas "Morte vende mais".

Por enquanto é só. Fiquem com a letra de "Seymour Stein"do Belle e Sebastian e uma pequena conversa que tive com um amigo hoje por MSN sobre o assunto.

Seymour Stein




Seymour Stein- I've been lonelySeymour Stein - eu tenho sido só
I caught a glimpse of someones face Eu peguei um vislumbre de alguma face
It was mine and I'd been crying Era a minha e eu tenho chorado


Half a world awayMetade de um mundo distante
Ticket for a plane Bilhete para um avião
Record company man Gravei o funcionário da companhia
I won't be coming to dinner Eu não virei jantar


My thoughts are far awayMeus pensamentos estão distantes
I'm working on that day Estou trabalhando este dia
North Country girl Garota de uma cidade no norte
1 think she's going to stay 1 Acreditei que ela iria permanecer


Promises of fame, promises of fortunePromessas de fama, Promessas de fortuna
LA to New York- San Francisco back to Boston LA para Nova Iorque São Francisco volto para Boston
Has he ever seen Dundee? Ele já viu Dundee?
Won't he hire a limousine? Ele não contratará uma limusine?
Seymour send her back to me Seymour da as costas pra mim






I heard dinner went wellEu o ouvi no jantar foi bom
You liked Chris's jacket Você gostou da jaqueta do Cris
He reminded you of Johnny Ele lembrou a você de Johnny
Before he went Electronic Antes dele ir aos Eletrônicos


Seymour Stein- sorry I missed youSeymour Stein - peço desculpas a você
Have a nice flight home Tenha um bom vôo para casa
It's a good day for flying É um bom dia para voar


MSN

Marcel diz:
Salinger faleceu.

luis gustavo diz:
o Eremita !
Marcel diz:

o depressivo

luis gustavo diz:
eu vi...
pena
mas fazia tempo que não escria mais...

quem sabe agora não sai um filme sobre o Apanhador....

Marcel diz:
há 4 décadas

luis gustavo diz:
ele sempre se recusava
agora herdeiros, vc sabe ....

Marcel diz:
um sueco tentou fazer a continuaçã o do livro sem sucesso

luis gustavo diz:
eu vi...mas não quis ler....
sei lá....continuação sem o autor....já basta as do cinema
Vc leu o apanhador ?

Marcel diz:
sim, realemtente

Marcel diz:
li pela metade

Marcel diz:
não acho nem um pouco inspirador para homicídios

Marcel diz:
descordo totalmetne disso

luis gustavo diz:
ah isso nem é...apenas o Chapman que interpretou do jeito dele que o John , sei lá , traiu aquele principio....
por ai

luis gustavo diz:
é um dos livros que melhor retratam aquela angustia da juventude....angustia aliada a arrogancia....

Marcel diz:
hummmm

luis gustavo diz:
de que sempre se está certo e que o mundo nao o compreende

Marcel diz:
não me aprofundei muito
deveria
mto bom
é fácil de ler
a leitura voa

luis gustavo diz:
e se vc ler a cada 5 anos vc vai ter uma intepretação diferente (ideia minha)

Marcel diz:
hummmm, pode ser
com mutios livros isso acontece
e com mutios filmes tb
não sei se consigo citar exemplos
mas, lembro de qdo eu escrevia, demorei anos e anos para ler algumas coisas que eu tinha escrito e pensei: "caramba, será que fui eu mesmo que escrevi isso? como pude?"

luis gustavo diz:
sim

Marcel diz:
consegue citar algum exemplo?
de livros lidos em épocas diferentes

luis gustavo diz:
não...até por que O Apanhador eu já li 3 vezes e pretendo ler mais...Foi um dos livros que mais me marcaram com 15 anos
Quem sabe Don Quixote ?
Mas acho que os classicos são assim mesmo.

Marcel diz:
sei, sim
talvez
dom casmurro...
mil e uma interpretações

luis gustavo diz:
O Apanhador tem uma linguagem simples e fala de temas banais...e consegue ser profundo em suas observações

Marcel diz:
hummmm

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Campeões de Bilheteria

Avatar é um grande filme, concordo, mas o "auê" em cima do fato dele estar em segundo lugar no raking das maiores bilheterias embora tenha arrecadado mais de 1 bilhão em menos de um mês deve-se mais ao fato de uma grande inflação nos EUA nos ultimos anos (agravado pela crise do ano passado) e aliado ao fato de que os preços computados envolverem na maioria (nos EUA) salas IMAX e/ou somente 3D (você vou o preço do filme nessas salas ?).

O sistema americano leva em conta o valor arrecadado (afinal lucro é a palavra chave em Hollywood) , mas se convertermos em número de pessoas o filme aparece lá atrás , depois da trigéssima posição.

A lista real atualizada de numero de expectadores continua em seu topo inalterada desde 1939 ano de lançamento do nosso primeiríssimo lugar. Titanic, do mesmo diretor de Avatar, James Cameron, este sim aparece entre os 10 primeiros.

01 : E o Vento Levou , 1,49 bilhões.

02: Guerra nas Estrelas, 1.31 bilhões

03: A Noviça Rebelde, 1.05 bilhões.

04: ET - O Extraterrestre ,1.04 bilhões .

05: Os Dez Mandamentos, 963 milhões .

06: Titanic, 943 milhões.

07: Tubarão, 41 milhões.

08: Doutor Jivago, 912 milhões.

09: O Exorcista, 813 milhões.

10: Branca de Neve e os Sete Anões, 801 milhões.
....
E no numero 33 (por enquanto) ai sim , Avatar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Cinema Politico (Nada a ver com aquela bobagem de propaganda)

“Édipo não se cegou por culpa, mas por excesso de informação” (Foucault)



Em tempos de crise política é interessante notar como o cinema argentino consegue retratar as mazelas econômicas que assolam o páis de uma forma universal e criativa.


O primeiros desses filmes a fazer sucesso por aqui (e no resto do mundo) foi o divertido “9 rainhas”, que conta a história de dois trambiqueiros que se encontram por acaso e recebem por sorte do destino a chance de conseguirem uma “bolada”, vendendo uma série rara de selos (as 9 rainhas do título) para um colecionador em fuga do país (um deputado corrupto cheio da grana). Para o expectador mais atento está tudo aí: o modo de vida, os desejos e falta de ética de uma maioria da população, centrada nas duas figuras (não por acaso trambiqueiros simpáticos). De fundo , uma Argentina pré-crise. E é incrível constatar como a “européia” Argentina, aqui, se parece com o centro decadente de São Paulo.


Os americanos refilmaram “9 rainhas” , que por aqui teve o oportuno título de “171” . A história é a mesma, mas perdeu toda a inteligência e implicações políticas do original.


E enquanto os cineastas brasileiros ficam mendigando ajuda do governo a Argentina fez mais uma obra prima. Trata-se de “O Pântano” de Lucrécia Martel. Fez grande sucesso no circuito alternativo brasileiros e pode ser facilmente encontrado em DVD. É possivelmente o melhor título a pintar por aqui esse ano.

O “Pântano” é cinema político de primeira. Talvez não o típico filme político a que você esteja acostumando já que se trata de uma comédia. A primeira cena já diz ao que veio: Um grupo de pessoas . reunidas à beira de uma piscina imunda. Uma delas cai e se machuca enquanto ninguém faz nada para ajudar. As crianças (o futuro) parecem viver em um mundo à parte.


Em outra cena , estas mesmas crianças encontram uma vaca atolada no charco. A morte é iminente, não à nada a se fazer. Mais direto impossível. É uma síntese precisa de uma sociedade em crise e que guarda mais particularidades com a nossa do que aceitamos à acreditar.


Ambos os filmes são um ótimo retrato social e político, feito com inteligência e que está anos-luz á frente dos títulos alienantes que reinam nas prateleiras. Uma comédia caustica que se vista com um olho crítico e um mínimo de inteligência se transformará numa ótima lição sobre a natureza humana


A parte acima do texto foi escrita há um tempo em razão da crise na Argentina. Infelizmente se assemelha bem ao que o Brasil está passando. O clima de “eu já sabia” sobre os escândalos do Governo serve também para ilustrar o individualismo, a falta de ideologias e do posicionamento moral do povo brasileiro, melhor traduzido como o famoso “jeitinho brasileiro”.


Dois outros títulos interessantes, já não tão novos também mas igualmente imperdíveis são dois filmes alemães . O primeiro , “Adeus Lenin” conta a história de uma mulher, comunista ferrenha, que, momentos antes da derrubada do Muro de Berlin e da mudança de regime, entra em coma. Ao acordar o médico adverte ao filho que ela não pode ter grandes emoções devido ao seu estado. Assim, ele , como a ajuda de um amigo e do resto da família, escondem o fato dela e fazem de tudo para que ela pense viver no mesmo país de antes. O filme é gênial, irônico e crítico, sem ser chato e panfletário. O outro título é “Edukators” , sobre um grupo de jovens que entram em casas de ricaços enquanto estes viajam e “redecoram-a” a seu gosto.


Um que passou meio que desapercebido pelo grande publico é uma pequena pérola de Danny Boyle (Trainspotting, Extermínio, Quem quer ser um Milionário, Cova Rasa), “Caiu do céu” (Millions). O filme tem lá suas falhas mas é interessante acompanhar a história de dois garotos que perderam a mãe. O mais novo e suscetível deles interessa-se por Santos e vive isolado. Um dia , uma mala de dinheiro cai do céu. São pelo menos 300 mil libras e à poucos dias a moeda mudará para o Euro. O menino quer doar para os pobres, achando que é isso que Deus quer dele, mas seu irmão tem motivos bem menos nobres para o dinheiro. Enfim é o quadro social que o filme retrata o que mais interessa no momento. Não é o mais profundo dos filmes é interessante notar como os temas estão ligados;


Por fim, já que o assunto é política, com a recente morte de um dos maiores mitos jornalísticos dos últimos tempos, “garganta profunda” (que só nessa década foi revelada a verdadeira identidade), informante chave do caso Waltergate, o escândalo que causou a renúncia do Presidente Nixon, uma boa pedida é o filme “Todos os Homens do Presidente”, com Robert Redford e Dustin Hoffman. É antigo mas quem sabe com ele aprendamos alguma coisa sobre os homens do Presidente.

Molly Ringwald - A eterna garota que vestia Rosa

Molly quem ? você não deve estar associando o nome com a pessoa. Prova que o sucesso as vezes é passageiro, esta ruivinha de nome hoje desconhecido, foi um dos mais conhecidos dos anos 80. Seus filmes eram sucessos, assim como os da Kelly Lebroock (quem ?) e Darryl Hanna (que voltou com tudo em Kill Bill, e parou de novo ai mesmo).


Você com certeza conhece. É aquela ruivinha bonitinha de filmes adolescentes como “Clube dos Cinco” e a “Garota de Rosa Shocking”. Não se lembra ? Ei vocÊ nasceu depois de 1980, ou antes de 1970 ?

Fenômeno estranho este. Seus filmes foram febre em vídeo nos anos 80, a Globo passava constantemente e hoje quase ninguém lembra do seu nome.


Hollywood fabrica astros estantâneos, mas não cria mais mitos. James Dean é cultuado até hoje, com apenas 3 filmes no currículo e seu nome é conhecido de muitos que nunca viram um filme seu (a maioria). Tentaram fazer de River Phoenix um novo Dean , mas foi em vão. Hoje muitos não ouviram falar de seu nome.


Muitos nomes hoje conhecidos e procurados nas locadoras vão ser esquecidos nos próximos 10 anos. Os mais novos não sabem nem quem é Sandra Bullock e parece difícil de crer que seus filmes eram esperados ansiosamente há pouco tempo atrás.


Em tempo, Molly participou recentemente de alguns filmes, como de terror adolescente que nem vale a pena ser lembrado e em uma ponta antológica (para os poucos que se lembram dela) em outro filme esquecível (desta vez uma comédia boba).


É, Hollywood tem destas.

Furia de Titãs

Por coincidência, um outro texto que resolvi resgatar é sobre o cult "Furia de Titãs", que está anhando novo remake este ano (este eu tenho medo de ver).

Vale lembrar que na época que foi escrito o DVD estava engatinhando no Brasil, era um filme raro de se ver , não existia em VHS e já não passava mais na TV (a não ser naquelas madrugadas insones que as vezes nem ficávamos sabendo) .

Hoje o Filme existe em DVD e agora com o remake vai ser bem mais acessível.

A FÚRIA DOS DEUSES


Quem nasceu entre 1973 e 1977 deve lembrar-se de um filme chamado “Fúria de Titãs” (Clash of Titans). Não foi nenhum sucesso mas sem dúvida é um cult para quem assistiu as incontáveis reprises da “Sessão da Tarde” nos anos 80. E eu me deliciava com elas, sem reclamar, como acontece hoje com os que possuem paciência para encarar uma “sessão da tarde”.


Filme B por excelência e com o luxo de ter em seu elenco, atores como Laurence Olivier e Ursula Andress. Lembro-me com carinho das belas cenas, como a captura do Unicórnio (Pégassus), o duelo com a Medusa, o pântano do demônio, a travessia no barco dos mortos e até a mal feita corujinha de metal.


Nunca mais passou na Globo. Dificilmente você achará e, vídeo (mesmo saindo em DVD). Gravei-o na TNT em 1998 , mas eu até hoje ensaio o dia em que vou assistir a fita.)


Lobisomen

Com o remake de "Lobisomen" com Benicio Del Toro prestes a estrear (será que finalmente vão fazer outro filme decente do gênero ? bem tudo indica que sim...) resolvi resgatar um texto antigo sobre o tema.

LOBISOMENS

Infelizmente não me lembro qual o primeiro filme que assisti na vida. Deve ter sido algum dos trapalhões, penso eu. Mas a lembrança mais antiga que tenho de um filme é de um de lobisomem, quando eu tinha 6 anos. Embora eu não me lembre do nome e nem do enredo, gosto de pensar que foi “Um Grito de Horror” de Joe Dante, mas acho difícil que tenha passado na TV aqui no Brasil em 1981, ou no mais tardar 1982.


Eu me lembro que fiz um pequeno escândalo para pode assistir. Devia ser por volta das 10 da noite. Fiquei sozinho na sala , assistindo boa parte do filme, mas no melhor momento, quando finalmente mostrava o sujeito se transformando em Lobo, eu corri para o quarto de meus pais e me enfiei no meio deles, deixando a TV ligada na sala.


Passaram-se mais alguns anos e eu finalmente consegui assistir a um filme de Lobisomem. Era o ótimo “Um lobisomem americano em Londres”, que passou na TVS. As inúmeras reprises deste filme (juntamente com “Férias do barulho” com Johnny Depp) fizeram dele um filme injustiçado. A TVS abusava mesmo, chegando ao cúmulo de passar na “Sessão das 10” e já reprisar à meia-noite, para “aqueles que não chegaram em casa antes”.


O fato é que o filme é um cult absoluto e indiscutível, culpa da excelente maquiagem de Rick Baker e do íncrivel humor que pontua as cenas. Isso sem falar na melancolia estampada na película e na comovente cena de transformação (a melhor, ao lado de “Grito de Horror”). Dos tempos em que ainda sabiam fazer filmes de terror e não diretamente para adolescentes. Basta comparar (não, comparar é blasfêmia) com o pseudo-filme “Um lobisomem americano em París” (que de bom só a gracinha Julie Delpy).


Palmas para John Landis , que infelizmente nunca mais deu sinais de talento.