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terça-feira, 25 de maio de 2010

Lost - Solução fácil com aura de Complicada


A menos que você não é desse planeta ou não freqüenta muito redes sociais com certeza você deve saber que finalmente terminou depois de seis anos a serie Lost.
Lost foi um marco das series televisivas. Antes dela somente Arquivo X e antes ainda Jornadas nas Estrelas teve o menos nível de comoção entre fãs. Acredito que essas citadas até mais, uma vez que Lost foi a primeira grande série da era Internet.

Enquanto Jornadas nas Estrelas foi um “fracasso” durante a exibição foi nas intermináveis reprises que se formou uma verdadeira legião de doentes pela serie, como nunca se viu. E Arquivo X foi a série que definiu muito do que veria a ser Lost e é impressionante o status Cult que conseguiu alcançar em uma época que a Internet era quase inexistente do modo que vemos hoje e um download do episódio era menos que um sonho.

Lembro-me de ter assistido o primeiro capitulo na estréia nacional, mas já sabia do ue se tratava devido às reportagens que já tratavam a série como um fenômeno e trazia como o Homem por trás de tudo J. J. Abrams, famoso pela série Alias, que embora não tenha alcançado o mínimo de repercussão de Lost foi o suficiente para saber da qualidade de suas produções. J. J. Foi um tanto quão decepcionante nas tentativas pós-Lost (Fringe, Missão Impossível 3), mas seu nome já está eternizado nos cânones cinematográficos.

Durante toda a primeira temporada, acompanhei semanalmente os capítulos pelo AXN. A série ainda ia caminhando a seu status com seus enigmas sendo apresentados e em um enredo mito bem construído, culminando num dos melhores finais de temporada que já tive o prazer de assistir com a escotilha sendo aberta. Nesta época tudo era especulação em Lost, a mitologia da serie ainda não estava definida, mas varias teorias foram se formando como a de que todos estariam mortos ou que tudo poderia ser uma experiência secreta, enfim, o inicio das teorias mirabolantes.



A segunda temporada comecei a assistir pelo AXN, mas naquela época já havia um grande atraso em relação ao intervalo de exibição com os EUA, o que favoreceu aos primeiros downloads de episódios que tive acesso, com as legendas em português feitas por fãs e que na época era algo inacreditável, nunca pensando na rapidez que tudo acontece hoje em dia. Não segui a temporada semanalmente, às vezes caia na minha mão cinco episódios seguidos. A segunda temporada, porém foi a melhor em minha exibição, com um primeiro episódio genial, começando com uma bela e esquecida musica (que se repetiu no começo da terceira temporada) e um final ainda mais enigmático que o primeiro, com um grupo de portugueses falando português brasileiro ao final (o ator era meio brasileiro, meio americano e residente nos EUA, por isso o sotaque. O pai dele brasileiro ainda ridicularizou seu sotaque). A mitologia estava avançando nesta fase.

Foi a terceira temporada que começou a queda de popularidade da série, com questões e questões sendo formuladas e respostas de menos. O navio de portugueses/brasileiros não era citado durante toda a temporada e a serie começava a esconder o jogo. Continuou com sua aura Cult (eu continuei amando a série), mas o grupo mais popular que conheceu a série pela TV aberta começou a debandar, embora fosse um sucesso quando chegava o Box nas locadoras.

Já nessa fase comecei a acompanhar os episódios na semana de exibição nos EUA. Começaram a aparecer as primeiras criticas desfavorável, mas a serie ainda mantinha o apelo do começo e finalizando novamente de forma magistral.
A partir da quarta temporada, porém foi se definindo que os primeiros episódios seriam ótimos, mas os do “meio” serviam para “encher lingüiça”, enrolando e não caminhando a passo de tartaruga. Um ou outro episódio se sobressaia, geralmente aquele que mostrava algo novo.

É ai que entra a maior armadilha de uma série como Lost e que foi também a de Arquivo X, para comparar. Arquivo X manteve uma mitologia sobre ETs e a busca de Mulder pela verdade do que teria acontecido com sua irmã, que era o ponto central da série, e que foi se arrastando até ficar totalmente inconvincente e no final pouco mais importava essa busca dele. De “A verdade está lá fora”, passou para um “que se foda a verdade” (a não ser fanáticos acho que perdeu totalmente o interesse). Arquivo X por outro lado apresentava em sua estrutura de episódios ao estilo CSI, onde você não precisa assistir a todos os episódios. Claro que existe uma linha continua de evolução dos personagens, mas o telespectador que cair de paraquedas no episódio não terá dificuldades em acompanhar (claro, já descontando os citados episódios da mitologia).

Lost por outro lado não permite isso. Se bem que dá pra imaginar um cara assistindo uma temporada por completo sem ter visto a anterior (uma vez que ele vai estar tão perdido como quem viu tudo e terá até menos duvidas).
Como manter um mistério por tantas temporadas? Lost caiu na armadilha de se alongar demais (afinal nenhuma rede de televisão iria querer matar sua galinha dos ovos de ouro). Os roteiristas sabiam desse risco, tanto que resolveram diminuir o numero de capitulos de cada temporada, ainda que não o suficiente. Se Lost optasse por responder todos os mistérios acabaria logo, e por outro lado ao fazer o que os roteiristas fizeram, de responder os mistérios com outro maior acabaram criando um samba do criolo doido de difícil amarração.

Saíram-se bem em algumas partes, tiveram a feliz opção de mudar o foco de cada temporada (viagem no Tempo, Experiências) até a fase mística que foi a ultima temporada, o que particularmente para mim foi frustrante.

Ao dar resposta sobre o motivo de todos estarem na ilha criou o personagem do Jacob. Para explicar o personagem do Jacob inventaram a “mãe” de Jacob e no fundo não respondendo nada. Algo como inventar um Deus para explicar a origem do Homem na Terra, mas sem ter que explicar de onde veio esse Deus. Ai cria a Fé para você parar de ter questionamentos pagãos.

Eu gosto de filmes como o de David Lynch. Acredito que uma história pode ser interessante mesmo sem uma explicação para tudo. É um tipo de cinema de emoções e não racional. Lost não necessitava explicar tudo para ser fascinante, poderia ter o final aberto (como teve naturalmente), mas para mim caiu na armadilha de querer explicar. Algo como em Star Wars, quando George Lucas resolveu explicar o que é a “força” e dar uma explicação ridícula e inútil (quem em sã consciência achava que era necessário explicar a “força”?). Uso como exemplo o Adão e Eva de Lost. Eu nunca achei importante a explicação de quem eles poderiam ser não achei ruim ter revelado, mas um episódio inteiro para chegar nisso foi um pouco demais. Ainda mais nos 45 minutos do segundo tempo quando existia tanta coisa para explicar. Se bem que os últimos capítulos beiraram a incoerência. Irritava um personagem tão poderoso como o falso Locke simplesmente não matar logo os escolhidos e no final começar a brigar com Jack e tentar matá-lo naquela altura do campeonato. Se ele podia porque não o fez antes? Lost caiu na armadilha de um final de novela, onde tudo acontece ao mesmo tempo, coisa que a própria estrutura da narrativa permitia o contrário. Parece coisa de novela das seis (e não to me referindo somente a “A Viagem”).

Tem aquele tipo de fã que ama a série como uma paixão por uma pessoa e se revolta com quem diz ao contrario, tem aquele que ama a série mas se decepcionou com o final e tem aquele que achou o final razoável e não espera muito mais do que aquilo e se deu satisfeito com o final apresentado.

Eu particularmente não gostei da ultima temporada, como já disse pelo lado místico que seguiu (tema que não me atrai), mas gostei de alguns episódios isolados e nessa altura do campeonato saberia que a série iria acabar em aberto. Se bem que achei que iria acabar mais em aberto, mas tentaram explicar demais o inexplicável e acabaram optando por uma solução fácil, ainda que dúbia.

O tipo geek e fanático ainda vai continuar acompanhando especulações e inventando teorias, correndo atrás de cada extra apresentado, mas o fato é que para analise final, o que importa é o que foi apresentado. Não me importa saber se eles morreram desde o inicio da série, ou se apenas depois dos episódios antes ditos como paralelos, mas apresentados no final como um futuro próximo (afinal o dialogo entre o Hugo e ben deixa claro que tudo aquilo se passa após a morte de jack na ilha). O que me importa é o que foi apresentado na série, como um todo e não ficar fuçando por ai atrás de teorias e especulações. Tem o fã que gostou do final, mas tem o que se decepcionou, mas tal como um marido traído se recusa a enxergar e admitir isso. Pode ser que com o tempo eu aceite tudo e por amor a série acabe me acostumando com tudo, mas inicialmente não gostei da ultima temporada.

E não tenho nada contra finais em aberto, como o de “Família Soprano” que adorei , pois deixa em aberto para novas continuações (alias, o final "Soprano" de Lost apesar de parodia foi infinitamente mais memorável)e nada contra finais fechados como o de “A sete Palmos”. Ambas as melhores séries que assisti.

Por fim, acredito piamente que Lost não acaba por ai. Talvez demore um pouco, mas duvido que não apareça algum complemento, seja um telefilme, seja uma nova série derivada. É muito dinheiro em jogo. O fato é que por enquanto acabou, e para mim sem criatividade nenhuma. Mas o conjunto compensa e...

domingo, 23 de maio de 2010

SEU CHICO (Virada Cultural - Araraquara)


A Banda Seu Chico era pra ser um projeto paralelo do pessoal da Banda Mula Manca & a Fabulosa Figura, porém o projeto tomou proporções maiores que o imaginado e a Mula Manca ficou em segundo plano, o que convenhamos é uma pena. Mas enquanto o Mula Manca permanece no Limbo de que um dia esperamos voltar.
Dito isso, vamos ao que interessa. A banda tem esse nome porque toca apenas musicas do Chico Buarque. Algo parecido com o projeto Del Rey, que revisa Roberto Carlos.

Chico Buarque sempre foi um compositor de mão cheia, otimo letrista, o melhor de seu trabalho é o da década de 60 e 70 onde ainda sob o manto da ditadura escrevia letras inteligentes diblando os censores, que a certo momento viam ataques ao governo até em letras que não tinham sentido politico. Chico porém , de voz limitada, nunca foi um grande vocalista, e hoje não possui mais uma grande presença de palco (ao contrário do belo show gravado junto com Caetano nos anos 70) , o que nos leva agora de volta ao Seu Chico.

A idéia por trás do Seu Chico é a de trazer o Chico Buarque para o ambiente jovem, para dançar. A Banda não é uma simples cover do trabalho do compositor, é antes que tudo uma banda autoral, dado os limites impostos. Formada por excelentes musicos, todos na faixa dos 20 a 30 anos, sendo o mais novo do grupo o jovem virtuose dos pianos, Vitor Araujo (que lançou o ótimo "Toc" que transita de Heitor Villa Lobos a Radiohead com uma desenvoltura surpreendente). Vale ressaltar que nesse caso, virtuoso não quer dizer chato e sem alma, como a palavra pode dar a entender.

Tive a chance de ver uma performance do Seu Chico em um pequeno evento realizando pelo governo na cidade de Jau, em um dia de frio atípico em Outubro, e que não contava com mais de 30 pessoas. A Banda estava mais introvertida, até por causa do vendo e do frio como o diminuto espaço do local, mas já demonstrava paixão no trabalho, com uma apresentação cheia de intervenções poéticas por parte do vocalista e várias explicações entre as musicas.

Porém foi na Virada Cultural realizada neste Domingo em Araraquara que pude ver a força da banda no palco. Tiberio Azul é um verdadeiro frontman. Sua performance é cheia de paixão e canta como se as musicas fosse escrita por ele proprio, demonstrando total conhecimento, subvertendo ordem de rimas e letras e hipnotizando o publico com seus gestuais, uma verdadeira transubstanciação das palavras de Chico. Pode parecer exagero, mas quem assitiu um show da Banda pode compreender o alcance dela.

Tiberio funciona ainda como uma espécie de maestro para a Banda, mas sempre passando a batuta e deixando seus companheiros livres no palco para improvisar e criar.

Quem já conhece Vitor Araujo já sabe da paixão que ele se entrega ao instrumento. Toca o piano ou teclado como se estivesse tocando uma bateria, transformando o som num turbilhão de emoções. No já citado show de Jau apresentou uma performance mais timida, ainda que de grande sensibilidade harmonica.

Infelizmente os shows da viradas são mais curtos que os normais e faltaram grandes canções como "João e Maria", "Hollywood" , "Não existe pecado...". E sem desmerecer as demias cançÕes vou citar aqui a derradeira, "Jorge Maravilha", gravada por Chico sobre a alcunha de Julinho da Adelaide, como forma de diblar a censura, e que aqui parece ter sido composta pela banda e talvez a razão de ser da mesma. Dificil explicar em palavras, mas foi o sentimento que me veio.

Voltando a comparação com o Chico, o que pode até desagradar os integrantes da banda, que negarão qualquer superioridade, agradeço a banda por apresentar arranjos e vocais tão apaixonados para a obra desse genial compositor, que mesmo se cercando de ótimos arranjadores, é somente na releitura dos garotos do Seu Chico que vi o grande alcance radiofônico e dançante das mesmas e não servindo como fundo musical de novelas de segunda categoria.

Não sei se Chico já viu algum show dos garotos, mas duvido que se tiver, não tenha se emocionado com a dimensão dada pelos novos arranjos. E quem sabe num futuro proximo não estejamos dançando ao som de Seu Chico numa Danceteria qualquer, ao invés de (nem prefiro citar).

João e Maria (introdução Amelie Poulan)

Logo disponibilizarei aqui alguns videos da apresentação em Araraquara.

VIRADA CULTURAL BAURU

PUBLICA

A virada Cultural que aconteceu neste sábado em Bauru começou bem, com uma das maiores promessas do Rock Nacional, a Pública. A banda, formada por Pedro Metz (Guitarra e voz), Guri Assis Brasil (Guitarra lider e vocais), João Amaro (Pianos e vocais), Cachaça (Bateria) e Guilherme Almeida (Baixo)trouxe para os palco Bauruense, montado no parque Vitória Régia, excelentes composições, coisa cada vez mais rara no pop nacional, como "Quarto das Armas", "1996" (a proxima a ganhar um clipe), a lírica "Sessão da Tarde", "Lugar Qualquer", "Tuas Fotos" e os hits undergrounds "Long Plays" e "Casa Abandonada".
O show porém foi comprometido por uma inflamação na garganta do vocalista Pedro Metz, que aqui foi auxiliado por Guri em várias canções. Este apresentou um momento marcante assumindo a voz solo na bela "Sessão da Tarde" (Somos crianças e queremos o poder. Sem medo do Amanhã. Queremos ser como vocês que não temem o Amanhã).\
O show em consequencia foi mais curto que o normal, com menos de 1 hora de duração e ficou de fora canções essenciais como "Vozes" e "Bicicletas" que exigem vocais mais bem cuidados.
De qualquer forma foi um belo show, com bom som e instrumentais inspirados que protagonizaram momentos antologicos, nesta que foi a segunda apresentação da banda na cidade (a primeira em 2004).
O segundo disco da banda "Como num filme sem fim" pode ser baixado por completo no site da banda http://www.publicaoficial.com

TOM ZÉ
foto pre-show durante a "entrevista" com o musico

O grande nome da noite porém foi do Tom Zé, realizado no SESC. Simpático o musico antes da apresentação já iniciou um papo com o publico, recordando de um show realizado na cidade ainda na época da ditadura, onde contou um "causo" que ocorreu na delegacia de policia onde teve que apresentar as musicas do show para que pudessem ser liberadas para a apresentação. Tom ensaiou com um publico 2 divertidos versinhos sobre o delegado de Bauru e a censura, compostos para a ocasião e que iriam encerrar o show.
Minutos depois já estava no palco com sua banda , formada pelos excelentes musicos Jarbas Mariz, Lauro Léllis e seu filho Renato, Daniel Maia, Cristina Caneiro e Luanda, para apresentacão do show "O Pirulito da Ciência", uma obra totalmente conceitual, uma espécie de teatro musical e dialogo com a platéia. A já citada musica sobre Bauru trazia um carater memorável na apresentação, que trouxe grandes classicos como "Nave Maria", "Fliperama" , "heim", e canções mais recentes como a simpática "Companheiro Bush".
O show seguia com seu ritmo peculiar de dialogo com o publico, todo já planejado como a dinamica do espetáculo, porém uma intervenção para um anuncio de um show a ser relizado na cidade começou a pintar um clima de desconforto do musico, que reclamou que isso atrapalhava o andamento da apresentação.
O desconforto foi aumentando quando o musico pediu educamente para que todos fizessem silencio durante a apresentação da já classica "Brigitte Bardot" , mas devido ao grande numero de pessoas presentes não foi totalmente atendido. O musico mostrou mais sinais de desconforto diante de alguns assovios, perdeu o controle e gritou com o grupo usando palavrões e continuou com o show, apresentando em seguida "Meninas da USP e da GV" .Porém o mesmo grupo continuou provocando o musico, gritando e chamando a atenção do cantor no palco. Ele disse que já havia ouvido o chamado, pediu novamente para poder continuar o show e que novamente parasse os assobios, ameaçando "Se vocês quiserem eu vou embora agora e o cara do "fiu fiu" pode continuar o show" .


Talvez diante do tipo de "informalidade" (porem totalmente planejada) do espetáculo não foi totalmente atendido e houve o stress entre o musico e o pequeno grupo, que fez com que Tom Zé abandonasse o palco junto com a banda.
O clima de desconforto era geral e o publico atônito não sabia se era sério ou fazia parte do show. Porém, o tempo foi mostrando que era sério e logo formavam-se coros para que o musico voltasse ao palco.
Após alguns longos minutos o musico voltou ao palco com a banda, ignorou algumas vaias e desta vez calado apresentou uma ultima musica, deixando de tocar grandes sucessos como "Augusta, Angelica e Consolação" , "São Paulo meu amor" , "Defeito 3: Politicar" , e o hilário "Jingle do Disco".
Se a grande maioria saiu chateada de ter o show iterrompido, por outro lado tivemos uma grande momento "João Gilberto" deste que é um dos grandes artista vivos da nossa MPB que anda tão cambaleante e merecia maior respeito.
Em tempo, muitas pessoas que não estavam lá estão criticando o publico de Bauru, mas fique claro que foi um pequeno grupo ao lado do palco que confrontou o musico e as vaias ocorreram no calor do momento porque muitos não concordaram com o abandono do palco, ou seja, cabeças quentes em cima e na frente do palco.
Tirar aquelas pessoas em especial não teria ajudado muito.Primeiro que era dificil prever a atitude do Tom, mas se prestar atenção no video completo (e tenho o resto da apresentação onde ouvia se boa parte do publico conversando, o que é normal num publico daquele tamanho num ginásio) , já no começo de Brigitte Bardot ele para devido ao barulho em geral do ginasio que continuou durante a musica toda o que deixou o Tom Zé nervoso. O cara do fiu-fiu foi apenas um infeliz que teve toda a ira do musico canalizada para ele, e como ele ainda insistiu em contin, uar a situação estava fadada a aquele fim, devido ao gênio do musico (e ainda mais velho, cada vez mais impaciente, o que é normal do ser humano).

Durante boa parte do show o Tom Zé deu pequenos sinais de irritação, mas devido ao tipo de show, totalmente preparado mas dando uma imagem de descontração e cumplicidade com a plateia, pouca gente percebeu.

No mais, quem não se interessava pelo musico achou ridicula a atitude , os que gostavam dividiram sua frustação, uns apoiando outros achando um absurdo.
Eu, apesar de tudo, entendo os motivos (afinal Tom Zé é humano e de cabeça quente perdeu a mesma) e gostei de participar de um show que sem duvida entrará para a história da musica. Se fosse apenas o mesmo show do DVD, que podemos ver em outros locais não seria tão lembrado por todos, principalmente por aqueles que nem sabiam quem o musico era. Algo parecido por ter estado naquele show da Cassia Eller no Rock'n 'Rio , que a transformou em noticia porque tinha mostrado os peitos em rede nacional (algo que ela já fazia há tempos, mas sem a mesma repercussão).
Valeu Tom Zé, e como tive a oportunidade de conversar com o musico antes e depois do show, me sinto ainda mais honrado de ter participado disso tudo.

foto pós show

O video de "Brigitte Bardot" e "Meninas da USP e GV" comp[leto com toda a confusão você pode baixar aqui


WANDER WILDNER

Outro grande momento da Virada de Bauru foi o show do musico Wander Wildner, ex-vocalista da clássica banda punk Replicantes. O Local escolhido para essa apresentação foi o inusitado Teatro Municipal, onde a plateia assistiu sentada um verdadeiro show de rock, que contava nas guitarras com outra lenda viva do rock nacional, Jimi Joe, autor da clássica "Sandina", que o publico pode apreciar no show, que contou ainda com outros clássicos do rock como "Amigo Punk" (Graforreia Xilarmonica) e "Lugar do Caralho" (Jupiter Maçã).

quarta-feira, 5 de maio de 2010

1..2...Freddy ataca novamente


Quando foi anunciado um novo filme da franquia "A Hora do Pesadelo" e que ele ignoraria os demais filmes da série, trazendo a história para uma nova geração, se esperava , além de zerar novamente a história, que o filme partisse da premissa de contar a origem de Freddy Krueger. Porém os roteiristas e produtores optaram para um simples remake.
Apesar de não seguir o roteiro original ao pé da letra, estão lá vários dos elementos do filme original (a primeira morte na cama, a parede "cuspindo" a personagem, a cena da banheira ao estilo "Tubarão" de Spilberg, a culpa do namorado pela morte da protagonista, a propria Nancy e outros detalhes que quem conhece a série vai reconhecer).
Existe 2 maneiras de se avaliar um remake. Uma é a comparação com o original e consequentemente com a série. O Outro é procurando ignorar o original e se concentrar na pelicula em si. Como a comparação com o original seria injusta, onde o novo perderia de lavada, optarei por evita-las, partindo da premissa de ser um filme novo.
O filme conta a história de Freddy Krueger, um ser que aterroriza os Sonhos dos adolescentes e os mata nos mesmos, não sem antes uma torturazinha psicológica basica. Freddie agora é representado pelo competente Jackie Earle Haley (dos ótimos "Pecados Intimos", "Watchmen" e "A ilha do Medo" do Scorcese). James compõe um Freddy mais sombrio e menos sarcastico que o antecessor Robert Englund (comparação necessária: Se por um lado, os fãs do original sentirão falta do sarcasmo do original, pelo menos a personagem passa longe do palhaço que virou nos demais filmes da franquia). Para quem conhece o original demora pra se acostumar com outro rosto como Freddy, mas passa.
Um segredo ronda a personagem de Freddie. Em meio à flashbacks ficamos sabendo porque o mesmo tem o corpo queimado e está assombrando os adolescente. Para os que já conhecem o original, nada de novo, a história é a mesma, apesar de algumas alterações. A Essência é a mesma.
O filme porém é repleto de clichês do gênero. Mesmo os adolescentes que ainda não tiveram contato com o original não demorarão para adiantar os sustos, que já são cacoetes frequentes no gênero.
A trilha sonora do filme procura usar elementos orquestrais e temos a grata surpresa de não ter que aguentar bandas impostas pelas gravadoras. Ótimo, o clima sai ganhando. Ponto positivo.
Se já foi dito que Freddy aqui está representado pelo ótimo Jackie Earle Haley, o mesmo não se pode dizer do resto do elenco. No começo, quando ainda não tinha certeza de se tratar de um remake quase literal, fiquei torcendo para que a heroina do filme não fosse aquela moça sem sal que acompanhamos. Felizmente não era.
Infelizmente, a Nancy, aqui representada pela desconhecida Rooney Mara, consegue ser ainda pior. Sem carisma algum, assim como os demais interpretes, fica dificil nos identificarmos ou mesmo torcer por eles. Claro que o filme é do Freddy, todos que vão assisti-los é por ele, mas a falta de uma personagem interessante faz com que o filme seja mais esquecível.
O filme tem também menos sangue do que era esperado. Pode ser uma decepção para os fãs do gore (esqueça veias sendo puxada e coisas do gênero), mas após a overdose causada por varios filmes recentes como a interminável série "Jogos Mortasi" isso até é bem vindo e atrairá outro publico, seja o de saudosistas , seja o de um publico menos restrito do que os adolescentes (não que o alvo principal não sejam eles, mas é bom lembrar que os fãs do original são em muitas vezes os pais destes).
A direção fica a cargo de Samuel Bayer, mais um diretor vindo do mundo da publicidade, e que felizmente se segura no ritmo frenético dos videoclipes, embora não traga nenhum plano interessante. "A Hora do Pesadelo" é um filme regular, mas que ao menos não dá a raiva de muitas produções recentes e embora seja assistível, é um filme totalmente esquecível. Espero que o inevitável #2 se liberte das amarras de ter que ficar dando explicação sobre os personagens e ouse mais na história. Se bem que a moda agora são as continuações "origem" e se não foi dessa vez pode ser a proxima.
Agora vou dormir. Coisa que o antigo fazia evitar, mas prometi não comparar os dois.

domingo, 2 de maio de 2010

Labirinto

Este é daqueles filmes que decepcionam quando visto atualmente, principalmente pela música anos 80 de David Bowie, o atrativo máximo do filme quando se tinha 10 ou 15 anos e que hoje soam datadas e sem inspiração. Basta ouvir qualquer coisa que o cantor tenha feito anteriormente e/ou atualmente para comprovar o mesmo. Quem sabe “Underground” se salva mas as outras lhe diminuem o impacto. “Magic Dance” beira o insuportável. Isso sem falar no visual de Bowie como o Rei dos Duendes (onde acharam aquela peruca !!).

Mas antes que me atirem as pedras, nem tudo é mal. Eu disse apenas que decepciona. O filme continua interessante, ainda mais se comparável com o que se faz hoje. Mas não gosto muito dessas comparações. O filme deve Ter atrativos por sí só, e não para tampar buracos. Os bonecos de Jim Henson (Muppets) são ótimos e o roteiro foi escrito por Terry Jones, um dos malucos do Monthy Phyton. Isso sem contar pelo menos 3 momentos brilhantes e inspirados. E claro, o principal motivo, que é a gracinha da Jennifer Connely, que hoje , depois de anos sumida virou uma grande atriz (Casa de Areia e Névoa, Réquiem para um Sonho, Águas Negras), ao contrário de muitos astros mirins.

E já que citei o nome de Henson, outro filme que me lembro com carinho é “O Cristal Encantado”. Na época era meio assustador. Hoje deve ser brincadeira de criança. Nem sei se desejo vê-lo novamente. Tenho o DVD na estante, mas o melhor deve ser conservar a magia e não fazer o que fiz com “Labirinto”.


(Algum dia de 2004)

O Céu

Ainda não me decidi qual é a minha idéia e Céu. Por ora seria em branco e preto. E ainda não sei se quem me receberia seria a Anita Ekberg ou a Gene Tierney.

Bogart estária no fundo, segurando um copo de bourbom, enquanto Dashiell acenaria, mostrando-me onde está. Depois de algumas doses, Fred MacMurray se junta à nós e as luzes se apagam. A banda de Glen Miller começa a tocar e o ambiente vai mudando, ficando mais glamuroso, a medida em que Lana Turner, Rita Hayworth, Mary Pickford, Ingrid Bergman fossem chegando.

Marlon Brando também estaria lá, mas os são os olhos dela que estariam direcionados à mim – uma tímida, porém sorridente Audrey Hepburn em um vestido preto e opulente. Ela aceitaria uma dança e como no maior clichê a música mudaria de ritmo e assim como Richard Beymer e Natalie Wood , só haveria nós no salão. E já que citei a Natalie...

Mas quem sabe o Céu também pode ser colorido, como o sol de verão, mulheres com franja na testa e lápis nos olhos. Uma Swinging London, habitada por criaturas como Vanessa Redgrave, Sarah Miles, Jane Birkin e Brigitte Bardot (mas não acredito, pelo menos por enquanto). Enfím, mutável.

De qualquer forma seria o Céu.


(Algum dia de 2001)